Diretor: Edélcio Vigna.
Elenco: Ana Carolina, Fernando Pessoa, Fernando Sousa e Mary Abrão.

Grupo de Teatro Scrachados

O Grupo Teatro Scrachados (GPS) trabalha o método de atuar focado na pessoa. Herda o despojamento de Grotowski, o distanciamento crítico de Brecht, a violência simbólica de Artaud e não descarta o naturalismo de Stanislavski. Teatro liquidificador. Bem vindo ao nosso mundo.















segunda-feira, 14 de junho de 2010

Os Scrachados e o Método


O Grupo de Teatro Scrachados (GTS) está exercitando um método e concepção cênica centrada na pessoa. É uma experiência que privilegia o trabalho do ator e da atriz.
Esta proposta não é nova. Bertold Brecht, nos anos 20 do século passado; Jerzy Grotowski, nos anos 70 e 80; Antunes Filho desenvolve seu método desde início dos anos 80. Todos se centraram no ator. O complemento é dispensável.
Na verdade não existe complemento, existe o todo cênico que se apropria da imaginação do espectador. A música, o figurino, o cenário, a iluminação e tudo o mais devem ser realizados pelos atores e deve ter um fim.
Este fim não deve ser utilizado para manipular a percepção do público, mas para auxiliar a esclarecer o que na cena pode passar despercebido. Brecht utilizou a musica para revelar o gestus social, o comportamento de classe de um personagem.
Os Scrachados estão exercitando o método centrado na pessoa humana nos ensaios da peça ‘Lobos não entram em labirintos’. A primeira experiência ocorreu na peça ‘Mudança climática em cinco rounds’, apresentada no ano passado.
Este método é um desafio para o ator/atriz que tem que se libertar dos clichês, dos comportamentos mecânicos e das falsas mascaras que fazem o espectador sofrer.
Em novembro os Scrachados vão estar no palco. Não criam expectativas, não se torturam com o fracasso, nem acreditam que o sucesso vai transformar suas vidas. Carregam a certeza que ao praticar o método melhorarão enquanto mulheres e homens de teatro e se projetarão enquanto seres humanos em um mundo povoado de mascaras e ilusões.

Somos um grupo do nosso tempo. Tradutores dos desafios contemporâneos. Entramos conscientes no labirinto cênico, ideológico, psíquico, social, religioso, simbólico e cultural, acompanhados de alguns ícones que nos conduziram pelos corredores espelhados.