Diretor: Edélcio Vigna.
Elenco: Ana Carolina, Fernando Pessoa, Fernando Sousa e Mary Abrão.

Grupo de Teatro Scrachados

O Grupo Teatro Scrachados (GPS) trabalha o método de atuar focado na pessoa. Herda o despojamento de Grotowski, o distanciamento crítico de Brecht, a violência simbólica de Artaud e não descarta o naturalismo de Stanislavski. Teatro liquidificador. Bem vindo ao nosso mundo.















sexta-feira, 22 de abril de 2011

“Scrachado” como estilo


O termo “scrachado” começa a se tornar, para nós, um estilo de arte cênica. Não é um método porque não tem definido uma metodologia de trabalho, mas é um comportamento que se pode notar nas montagens do Grupo de Teatro “Scrachados”. Não utilizamos a inflexão de gênero, pois consideramos o termo comum de dois gêneros.

Ser scrachado é criar uma cena com o que se tem à mão. Os assessórios tornam-se principal. Na verdade não há assessórios. Compor um personagem com duas tiras de pano. Um chapéu que passa de cabeça em cabeça define vários ou um só personagem. Um penteado realça a intenção do ator. Uma ginga de corpo. Ser scrachado não é irresponsabilidade, mas saber como desafiar a criatividade do espectador.

O espectador não é passivo. Vai ao teatro para interagir com os atores. Interagir não é chamar os espectadores para o palco, nem deixar que eles tomem lugar em cena. Interagir é provocar a participação espiritual dos espectadores. Promover momentos de simbiose extracorporal. Viver a mesma ilusão como realidade concreta.

Ser scrachado é deixar o espectador relaxado em sua cadeira. Sorrindo com o corpo mole ou tomado por uma tensão estranha que o faz permanecer mudo. É dizer: “ai vai a bola, rebata, por favor, e que seja com força”.

Ser scrachado é ter um respeito pelo desarranjo arranjado. Pela desordem ordenada. Pelo caos padronizado. Não é normatizar, nem ser um arrumadinho bonito. É ter uma personalidade que não se acomoda com a hierarquia. É ter uma atitude criativa que incomode positivamente o outro.

Assim, nos propomos a ser scrachados no teatro que fazemos. Nas cenas que criamos e nas músicas que escolhemos para ambientar nossas peças. É importante ter um estilo, uma marca, um jeito de ser e, o nosso jeito, é assim, scrachado.

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