Diretor: Edélcio Vigna.
Elenco: Ana Carolina, Fernando Pessoa, Fernando Sousa e Mary Abrão.

Grupo de Teatro Scrachados

O Grupo Teatro Scrachados (GPS) trabalha o método de atuar focado na pessoa. Herda o despojamento de Grotowski, o distanciamento crítico de Brecht, a violência simbólica de Artaud e não descarta o naturalismo de Stanislavski. Teatro liquidificador. Bem vindo ao nosso mundo.















segunda-feira, 31 de maio de 2010

Comentários sobre as Dionisíacas, do Zé Celso


Não posso deixar de fazer alguns comentarios sobre as peças do Teatro Oficina, as Dioniosíacas (quatro peças: Taniko; Cacilda!; Bacantes e Banquete), que estiveram em Brasília, nos dias 27 a 30 de maio.
A proposta do Zé Celso é fazer um Teatro de Estádio, em resumo: uma estrutura que comportava 1.500 pessoas e onde a participação do público é fundamental. Somado a esta dimensão e desejo, as peças pretendem ser uma celebração missa negra-macumba-canaval-orgiástico. Enfim, uma salada paticipativa onde todo mundo poderia se tornar um ser atropofágico na maior normalidade possivel.
A duração das peças - com exceção da Taniko - tinham em média cinco horas. Começava tipo 19h00 e terminava por volta das 2h00 da manhã. Vi muita gente saindo do espetáculo tanto pela hora, como pelo escandalo que provocavam em espíritos menos avisados.
Gostei da Taniko, que se baseava em uma lenda japonesa, muito pareceida com a da peça "Aquele que diz sim e aquele que diz não", de Brecht. Conta a história de um jovem que sai da sua aldeia para vir ao Brasil. No meio do oceno ele fica doente e, manda a lenda, que os doentes tem que ser atirado ao mar.Os marinheiros devem perguntar para o doente: "você quer voltar ou ficar?". Ele deve responder "quero ficar" e ai os amigos o matam o jogam no mar.O ritual é cumprido, mas o Mestre pergunta para os marinheiros se a grande Regra não deve ser alterada, pois não se pode matar aqueles que amamos. Assim, são chamados os deuses do Oceano: Yemanja (uma negra semi-nua, toda paramentada). O jovem é rescucitado e a peça termina em paz.
Muita cantoria, muita plasticidade, muito bom gosto com um figurino simples, feito de materiais recláveis e papel.
A Cacilda!! (Estrela Brasyleira a Vagar), de cinco horas de duração, me cansou não pelo tempo, mas pelo detalhamento excessivo e pela repetição. O mecanismo do espetáculo, que se repetiu em todos os demais, é o seguinte: os atores contam um trecho do roteiro (que pode ser de uma hora, por exemplo) e depois fazem uma dinâmica carnavalesca onde chamam o publico... e a moçada embarca legal! Neste contexto a história da vida de Cacilda, para mim, ficou muito confusa.
A peça Bancantes, que era a marca registrada do Oficina, deixou a desejar. A história de Dionísios que se mistura com uma disputa de poder entre o Espiritual e o Temporal, em um contexto RioCarnavalescoTuristico era tão contraditório, que nem os nús seguraram o pessoal depois do intervalo, que ocorreu por volta das onze horas.
Não fui ver o Banquete, mas acredito que seguiu a mesma repetição mecânica de contar e puxar a participação...
Esta participação não acrescenta nada ao espetáculo, é apenas uma forma de fazer o publico se mexer para não dormir ou evitar que o pessoal boceje muito alto.
Os atores e o Zé Celso se divertem muito, mas que cansa, cansa!

6 comentários:

  1. Explica agora a historia dos Bacantes que eu nao entendi nada!

    Apesar de chocante e de uma nudez banalizada, eu até ri de tão inacreditável que era!

    Aquilo sim é escrachado! Del, estamos pensando em mudar o nome! riss

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  2. Realmente a peça Bacantes ficou um pouco confusa, meio que querendo dar um visão política filosófica a coisa, não sei, seja o que for, na minha opinião eles não foram muito bem sucedidos. Mas eu achei algumas cenas desnecessárias,onde o objetivo não era dar sentido ou beleza a peça, mas sim chocar o público só para chocar e mostrar a ousadia do grupo. A nudez não foi o problema, mas sim o que algumas vezes era feito enquanto estavam nús, cenas que, por vezes, beiravam o ridículo.

    Fernandinho

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  3. Seremos Os Puritamos agora, Carol!!!! Hahahahaha!!!! Bom, eu assim como a Carol, me perdi toda na trama e num entendi mta coisa. Fiquei realmente chocada com os nus e com a interação dos atores com nós platéia. Hihihihihi!!! Achei o figurino e a iluminação bem interessantes!!! Acho que foi beeem válido por conta deles!!!! Eu fiquei com mta vergonha alheia tanto por nós qto pelos atores. Nunca teria coragem de fazer algo do tipo. Sério. Foi realmente chocante!!!

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  4. Concordo plenamente com o Diretor Del, o teatro apelativo é extremamente desnecessário, sacanagem vemos diariamente com a falta de respeito, a não sinceridade nas atitudes a falta de humor sádio. Zé Celso no seu teatrinho pisou na falta do Bom Senso.
    Precisamos de TEATRO cultural, feliz e com conteúdo,
    por isso: MÃOS A OBRA. bjs marido.

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  5. Pois é, eu discordo totalmente de todos vçs...vçs tem pouquíssima cultura teatral,não conhecem a História do Teatro por isso ficam como um bando de pudicos,envergonhados...Deveriam se envergonhar da burrice de vçs que fazem Teatro sem saber o que estão fazendo, leêm meia dúzia de livros e já se acham aptos a comentar Espetáculos tão complexos como os do Zé Celso...Vão estudar pessoal, comecem lendo ''As Bacantes'', QUEM SABE COMPREEDAM ALGO...

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  6. Ah, Meg! que agressividade gratuíta. Conheço o Zé desde quando ele voltou e assumiu o Oficina no lugar do irmão dele. Provavelmente vc não conhece a história. Conversamos algumas vezes sobre a nova postura do teatro brasileiro. "As Bacantes" não é uma peça complexa, é a direção que torna um texto mais ou menos complexo. O Zé é adepto do teatro cerimonia. Acho legal, mas me cansa esse endeusamento que pode alienar o espectador. Poucos conseguem associar o nú e o conteúdo. Vc conseguiu, parabéns!
    Del Vigna

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