Hoje o grupo voltou a ensaiar. Tivemos dois sábados horríveis. Nada caminhou. Tive impressão que até mesmo que regredimos.
Já discutimos a narrativa da peça. É a história de um reino decadente que se aprofunda em uma crise mortal, desde o momento em que o rei resolve construir um labirinto. As personagens são aparentemente duplicadas. O rei pode ser o bobo da corte que pode ser o rei. A rainha pode ser a dama de companhia que pode ser a rainha. Uma parte do elenco não está satisfeito com seus personagens, que são mal construídos e os figurinos são horríveis. Por isso, invadem o palco para reclamar com o autor. O drama do reino mistura-se com o dos atores.
O cenário é um trono capenga e uma grande moldura de espelho, que roda pelo palco. A única musica, do grupo alemão Corvus Corax, é no início da peça e o resto são sons produzidos pelos atores por que o produtor não tem dinheiro para contratar um grupo musical ou pagar os direitos autorais cobrados pela ECAD (
Bem, hoje começamos a marcar algumas cenas. Isso depois de uma longa conversa sobre o comportamento dos personagens. Quem sofre mais é ator que interpreta o bobo da corte. Marcação, jogo de cena e de corpo, puxados. Não se chega ao malabarismo, mas exige-se uma boa cintura.
O grupo é formado por jovens que nunca freqüentaram um curso de arte dramática e estão absorvidos pelos cursinhos para concursos públicos. Distribui entre eles os livros de Stanislavski, Brecht e Grotowski. Lêem quando dá. Alguns faltam quando se aproxima a data do concurso e outros são como bumerangues, vão e voltam. O grupo é bem amador, mas tem todas as pretensões do mundo.
Procuramos aumentar o grupo, mas nenhum ator/atriz apareceu. Estamos tocando a peça pelo método coringa: uns fazem vários personagens.
Bem, como só vamos estrear em outubro...
E o martelo?! =D
ResponderExcluirCarol, a lógica: o martelo é uma referencia à teimosia do grupo. É aquele que bate, bate e bate...
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